"... e, de qualquer forma, às cegas, às tontas, tenho feito o que acredito, do jeito talvez torto que sei fazer". Caio F. Abreu

segunda-feira, 11 de março de 2013

A vida muda

E quando menos esperamos, a vida nos surpreende.
Como é difícil encarar a morte, principalmente de alguém que amamos muito e que convivemos diariamente.
Tudo muda de um dia para o outro. Bate um desespero tremendo só de pensar em como as coisas caminharão, como tudo mudará e que não verei meu pai novamente. Difícil.
Muitas pessoas nos acolhem e nos amparam nesses momentos, mas fica um vazio. Não tem como não ficar.
Única coisa que realmente gostaria era que ele voltasse, era voltar no tempo e ficar com ele de novo, voltar a infância para aproveitá-lo mais e prevenir tudo o que acarretou sua morte.
Infelizmente, a realidade é outra! Só cabe me conformar e seguir vivendo um dia de cada vez. Mas sei que se ele pudesse escolher, gostaria de estar junto de nós novamente.
O que fica é a sensação de que algo além do que foi feito podia ser realizado, uma certa culpa, uma vontade de voltar no tempo, angústia, medo, responsabilidade, amadurecimento, o olhar de seu último dia, suas palavras, suas expressões e muita saudade.
Vai passar mil anos e eu vou lembrar de todos os detalhes de como foi o dia em que se foi, nunca algo me marcou tão forte. Não consigo entender como em horas uma vida se acaba. Terrível isso. Dói demais. Você está com uma pessoa, conversa normal com ela, você se despede, vai embora e 6 horas depois recebe uma ligação informando que essa pessoa faleceu! Inacreditável.
Foi-se tão jovem, com tantos planos. Mas com sua missão cumprida, se não ainda estaria entre nós.
Apesar de algumas discussões, hoje ele sabe, mais do que nunca, que entendo seu jeito de ser. Tudo o que ele fazia e como fazia era para o bem de sua família, incluindo a mim.
Quero passar seus ensinamentos a meus filhos. Meus filhos sempre irão ouvir falar do avô que, infelizmente, nunca conhecerão. Não é qualquer um que tem um pai com um ótimo gosto musical, coleção de allstar e que foi enterrado com a camiseta dos Beatles!

Pai, você foi o melhor pai que alguém poderia ter. Podia ser chato, ranzinza, mas tudo porque não gostava de intrigas, de briguinhas e sempre foi muito sincero e direto. Seu coração de ouro te entregava, assim sua imagem de durão caia. Obrigada por tudo, pela minha vida, por ter estado ao meu lado em todos os momentos, graças a Deus foi um pai muito presente, por ter me proporcionado conforto e por ter lutado por sua família. Sempre tive muito orgulho de você. Desculpa por querer discutir, pelas brigas, enfim. Nunca fui de ficar te falando isso (algo que me arrependo muito), mas te amo muito! Cada dia que passa é um dia mais próximo de me encontrar novamente com você. 

3 comentários:

  1. O sofrimento que sentimos com a morte de alguém é proporcional ao amor que por ela nutríamos.Perder familiares amados faz a vida perder a razão por algum tempo, a graça deixa de existir e a alegria é transformada em tristeza. Apesar de termos a morte como a única certeza na vida ela sempre será motivo de impotência , abandono e desalento.A dor que dilacera.Bjs com carinho Ana Olivia

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  2. Se existe uma coisa para qual ainda não estamos preparados é a morte!

    Independentemente do nosso conhecimento espiritual (e propositalmente não falo de religiões), o momento do adeus é duro e difícil de aceitar...

    O Roberto foi e ainda é uma ótima pessoa, que certamente continuará cuidando de sua família e pacientemente aguardando por um reencontro.

    Como não cai uma folha de uma árvore sem que Deus assim permita, acredito que existe uma razão de ser para tudo, tanto na vida quando na morte. Na maioria das vezes não entendemos os motivos e por isso só nos resta confiar no plano superior que sabe o que faz por todos nós.

    Que Deus o ilumine hoje e sempre!

    Eligio W. Junior

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